“O ALZHEIMER E SEUS DESAFIOS" É TEMA DA 11ª SEMANA DO IDOSO

Em sua 11° edição, a Semana do Idoso de Canela será sobre o Alzheimer e seus desafios. O evento conta com palestras presenciais e com transmissão on-line pela página do Facebook da Prefeitura de Canela. A abertura acontece na sexta-feira (1°), às 17h, na UCS, com a palestra do Dr. João Senger sobre “O Alzheimer e seus desafios: Prevenção de demências ou problemas de memória, quando se preocupar?”


Os interessados em comparecer ao evento presencial deverão se inscrever pelo telefone da Secretaria de Assistência Social (54) 3282-5140 ou presencialmente na rua Augusto Pestana, 455 – Centro.


A Secretaria Municipal de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação é a responsável pela realização do evento. “O objetivo principal da Semana do Idoso é conscientizar as famílias e abrir leques quanto ao diagnóstico e ao tratamento do Alzheimer, e debater a saúde mental dos idosos”, manifesta a assistente social Letícia Conter.


Conforme a secretária de Assistência Social, Carmen Seibt de Moraes, a ideia de trazer o assunto do Alzheimer para debate foi da autora do livro “Viver Sem Saber”. “A temática foi uma proposta da autora Mariela Oppitz Sorgetz. A mãe dela tem Alzheimer e recentemente lançou livro sobre o assunto”, afirma a secretária.


Carmen ainda comenta histórias de seu conhecimento e as experiências vividas por parentes próximos em relação ao Alzheimer. “É uma doença que avança muito rapidamente e muitas vezes sem a instrução necessária, a família adoece junto. É complicado lidar com o Alzheimer”, relata. Também em homenagem ao mês Mundial do Alzheimer, a Catedral de Pedra foi iluminada de roxo para marcar a importância do diagnóstico e tratamento da doença.

PANDEMIA
A pandemia afetou negativamente a saúde mental dos idosos. Tiveram que se distanciar da família, parar de frequentar os eventos que gostavam e muitos passaram a conviver com alterações emocionais. “A mudança da rotina dos idosos na pandemia contribuiu bastante para o aparecimento de doenças mentais, como ansiedade e depressão. Condições que podem acionar gatilhos e contribuir para o aparecimento precoce do Alzheimer”, declara Letícia. “É uma doença difícil de perceber logo no início. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais sucesso se tem no tratamento”, diz a assistente social.

PSICANALISTA TRATA DA RELAÇÃO DA TERCEIRA IDADE COM A SAÚDE MENTAL

O conceito de pessoa idosa mudou muito e a psicanalista Ana Paula Rodrigues explica como os idosos de hoje estão muito mais ativos do que os de tempos atrás. Ela ainda fala a respeito dos desafios da saúde mental da terceira idade em meio a pandemia. “A expectativa de vida está bem maior. As necessidades mudaram e as pessoas estão muito mais produtivas hoje em dia. Com 60 anos, a população ainda está ativa, trabalhando, se dedicando e aproveitando”, diz Ana Paula. “O termo melhor idade não cabe às pessoas de 60 anos ou mais. A idade pode ser boa ou ruim independentemente do número”, declara a psicanalista.


Durante a pandemia de Covid-19, aumentaram exponencialmente os casos de transtornos psicológicos em todas as faixas etárias, principalmente, a ansiedade e a depressão. Com os idosos, não foi diferente. “Os idosos sofreram muito com o isolamento (necessário) e com a alteração da rotina em que estavam acostumados. Muitos deles viviam em função da família e tiveram que se distanciar, tornando-os mais propensos a desenvolver ansiedade e depressão. Somos seres sociais”, explica Ana Paula.


Além de ficarem longe das atividades que estavam habituados, muitos idosos sofreram com a falta de intimidade com a tecnologia e o medo da contaminação do vírus. “No início da pandemia, os idosos eram tidos como principal grupo de risco para a Covid-19, ficavam sozinhos em casa com medo de morrer. Muitos deles perderam o contato com a família e os amigos justamente por não dominarem a tecnologia para conseguir manter contato”, diz. A psicanalista explica que a manutenção de relações interpessoais concisas auxilia para a preservação de um psicológico saudável. “Pessoas que conseguem manter vínculos afetivos são mais capazes de criar uma barreira de proteção contra transtornos da psique. Porém, não estão livres de sofrer com isso em algum momento”, salienta Ana Paula.


É necessário que se tenha uma atenção especial à saúde mental em todas as idades. “O orgânico interfere na psique. Muitas vezes quando acontece algum evento ou alguma perda na vida de alguém, o trauma psicológico pode interferir na saúde física da pessoa. É preciso ter cuidado”, declara a psicanalista.


Seguindo a máxima de que os idosos estão cada vez mais ativos, se distanciando do estereótipo de aposentado que não realiza muitas atividades, como serão os mais velhos do futuro? “Acredito que tenhamos três cenários distintos para a próxima geração de idosos. Aqueles indivíduos mais ativos por mais tempo que não ficam esperando a morte chegar. Entretanto, essa proatividade em excesso pode resultar em toda uma geração que nega os limites, que nega o cansaço, não tira férias, extremamente workaholic, que não dá a devida importância ao descanso. O corpo e o emocional têm um limite que merece ser respeitado. O segundo panorama seria de pessoas mais maduras que saberão lidar com a chegada do envelhecimento e o terceiro, de idosos deprimidos, precisamos ter cuidado”, projeta Ana Paula. “O psiquismo é atemporal. Projetar muito o futuro é sinal de que devemos prestar mais atenção no presente”.

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